Palestras e histórias de superação fizeram parte do Encontro de Empreendedorismo na Comunidade, neste sábado (25). O evento aconteceu no centro da favela de Paraisópolis, localizado na zona sul da capital paulista.
A iniciativa de fazer um hub de negócios a partir deste encontro de empreendedorismo periférico partiu do Diretor do Polo Marte Educacional, Dr. Walter Augusto Becker Pedroso em parceria com a líder comunitária e assistente social, Tatiana Costa, atuante nas as áreas de segurança do estado e ações sociais visando minimizar os impactos da violência nas famílias, por meio do seu instituto, Instituto Madhu.
“No que depender de nós, estaremos juntos as Iniciativas cidadãs que buscam implantar a cultura de negócios, desenvolvimento social e econômico e inclusão sustentável, “ Dr Walter Augusto, discursou durante o evento .
Localizado no centro comercial da comunidade, o Instituto Marte tem se tornado ponto de encontro para as organizações e associações presentes na favela, onde cerca de 50 mulheres que fazem parte de organizações de dentro da comunidade, estiveram presentes no evento aprendendo sobre técnicas de vendas, precificação, como elaborar seus produtos. Na oportunidade, as palestrantes falaram sobre os ciclos de violência que viveram, e como o empreendedorismo e a educação foram fundamentais para que pudessem viver uma nova jornada de superação.
O evento contou com participação de mulheres empreendedoras, como Cristina Fortunato da Rede Plena, rede de empreendedorismo feminino atuante há cerca de 4 anos, ajudando mulheres a empreender em rede para aumentar seu faturamento; Dry Luxuosa, empreendedora do ramo da beleza, que começou a empreender de porta em porta, fazendo unhas à R$10 reais, e hoje tem uma escola de formação de designer de unhas na zona sul de São Paulo, Espaço Luxe; a líder comunitária Tuca Duarte, do Potência Feminina, que atende mensalmente mais de 100 mulheres, com palestras sobre como vencer a violência doméstica e como empreender no Projeto Faça e Venda com a exposição da feira de negócios todo segundo domingo do mês, na Praça da Cidadania em Paraisópolis, doações de cestas básicas, incentivo à cultura por meio de doações de bilhetes de cinema, teatro e ações culturais e Emília Nascimento, futura Psicóloga do Centro Universitário Católico Ítalo Brasileiro, atuante nos atendimentos na favela sobre coordenação da Psicóloga Francisca Edinete Nogueirano, com mais de 100 casos atendidos pela equipe de saúde mental da faculdade.
A assessoria da Ivone Silva, Vice-presidente da CUT, esteve no encontro para prestigiar essas mulheres trabalhadoras.
A equipe dos Correios também esteve presente no evento, e contribuíram com dicas para impulsionar as vendas por meio das plataformas da Internet (e-commerce), entre outras orientações para que o pequeno empreendedor tenha sucesso nos seus negócios .
MULHERES DE NEGÓCIO
As mulheres representavam 34,4% do universo de donos de negócios no país, muito próximo do recorde de 34,8%, verificado em 2019. Juntos, homens e mulheres superaram o total de 30 milhões de donos de negócios – o maior número da série histórica. ( Agência Sebrae)
Violência doméstica ou familiar.
No primeiro semestre de 2022, a central de atendimento registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulheres, (Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania)
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
No que se refere à violência psicológica, conforme a Lei nº 13.772/18, é “qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima, prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir, ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação” (.Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania).
“Do ponto de vista da saúde mental e emocional, as mulheres que sofrem violência doméstica têm impactos devastadores em todas as áreas da vida. Elas frequentemente enfrentam traumas emocionais, baixa estima, isolamento social, crises de ansiedade, depressão e sentimentos de desamparo.
Além de problemas em relacionamentos futuros e possíveis traumas nos filhos. É fundamental buscar apoio psicológico e social, para lidar com esses efeitos e interromper o ciclo de violência.”
Roselandia Silva, é Psicóloga Clínica, Neuropsicóloga, Psicopedagoga, Especialista em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família e em atendimento com Mulheres, Supervisora do Estágio de Psicologia Social, pela Universidade Ítalo Brasileiro e Palestrante.